quarta-feira, maio 11, 2005

Os Media on-line

Uma nova forma de fazer jornalismo proveniente da utilização das novas tecnologias surge e revoluciona os media tradicionais que inevitavelmente são obrigados a uma adaptação “forçada” a novos e diferentes formatos jornalísticos. Novos métodos, meios e dispositivos comunicacionais emergentes, impõem novas adaptações ao jornalismo, nomeadamente o webjornalismo.

Após ter realizado uma visita aos sites dos mais conceituados media nacionais e feito uma análise de conteúdos e aspectos, quer gráficos, de interactividade ou de qualidade, tendo em conta a especificidade característica de cada um, encontrei grandes diferenças e aspectos que vale a pena salientar.

Relativamente à imprensa escrita (on-line), o jornal diário Público é sem duvida o diário mais completo em conteúdos, sendo também bastante atractivo graficamente. Relativamente ao Jornal de Notícias e ao Diário de Notícias, figuram-se bastante simétricos quanto ao grafismo das páginas, nitidamente paupérrimo, talvez por limitação de formatos do portal Sapo-Lusomundo, não oferecendo nada de atractivo aos seus leitores. De resto, encontramos algumas notícias síntese de última hora, sendo maioritariamente os seus conteúdos preenchidos com artigos da edição impressa através de simples “up-loads” para a edição on-line. O Correio da Manhã mantém igualmente uma pobre apresentação gráfica, com uma particularidade em relação aos conteúdos, que além das habituais notícias, dá mais destaques a notícias “cor-de-rosa”. O Comercio do Porto, parece-me um diário tendencialmente voltado para o norte (cidade do Porto), fazendo também algum destaque aos temas nacionais.

Os inquéritos e temas de destaque centrados no debate e esclarecimento, são característicos e comuns a uma quase totalidade dos jornais – quer diários, quer semanários – que tentam interagir com o leitor, mas que ficam muito aquém do que poderia ser feito, dada a vasta multiplicidade de formas que poderiam ser adaptadas a este formato jornalístico como meio interactivo que se prevê imprescindível para qualquer media de hoje. O horóscopo, classificados, “pequenos” espaços de opinião do leitor, programações culturais e televisivas parecem ser tomadas como estratégias unânimes a quase todas as edições on-line dos jornais.

Quanto às rádios, a TSF parece a edição de rádio on-line com maior eficiência pela sua qualidade, disponibilidade interactiva e com notícias mais actualizadas, algumas com suporte áudio on-line. A RR e a Antena1, as suas concorrentes mais directas não ambicionam muito pela disputa nesta vertente, sendo muito similares quanto aos seus conteúdos e estratégias. Todas disponibilizam a emissão on-line como mais-valia, isenta de acréscimo de esforço para enriquecimento do site por parte das mesmas.

As televisões contêm maioritariamente a sua programação e destaque aos temas noticiosos da actualidade sendo a RTP e a SIC on-line as grandes vencedoras relativamente à directa concorrente TVI, que dá prioridade à promoção dos seus programas, sendo o seu aspecto gráfico alusivo a programas como telenovelas e Quinta das Celebridades – autênticos angariadores de audiências – com muita publicidade e “pop-ups” à mistura. A RTP salienta-se pelo seu aspecto gráfico mais atraente e a sua função de serviço público a evitar o seu lado mais comercial, ficando a perder a SIConline pela sua pobre apresentação gráfica.
Os desportivos – O Jogo, A Bola e o Record – mantêm a sua estratégia direccionada aos aficionados do desporto sendo o seu mais directo adversário o site Mais Futebol.

Os Jornais ditos “puros on-line” (nasceram e vivem exclusivamente on-line), esses marcam a diferença na diversidade e na ampla abordagem, no grafismo melhorado. Ainda que com nota suficiente entre muitos concorrentes, estes teriam uma obrigação acrescida, pelo menos superior atractiva, gráfica e interactivamente dado o meio, a altura e o suporte em que cresceram.

Conclusivamente, apercebemo-nos que as potencialidades dos media on-line não estão suficientemente exploradas, parecendo que tudo avança a passos lentos. Expectantes e se possível até intervenientes deste processo de desenvolvimento dos nossos media, aguardemos o assalto a degraus superiores, certos também de que o grau de exigência do consumidor deste tipo de conteúdos contribuirá activamente para o factor de estagnação ou de lenta evolução não se mantenha.

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